Francisco de Barros Caldas,
Francisquinho, para os familiares e Seu Caldas, para os amigos, Nasceu em
Jaboatão , hoje, Jaboatão dos
Guararapes, no estado de Pernambuco, no dia 11 de Janeiro de 1915.
Era filho do casal Francisco Xavier
Caldas e Emilia de Barros Caldas, ambos pernambucanos.
Seu Caldas, casou-se por duas vezes,
tendo ficado viúvo do primeiro casamento, sem filhos. Em 15 de julho de 19149,
casou-se com a Sra. Cleonice Costa Caldas, deste casamento nasceram dois
filhos, Orlando Costa Caldas e Osimar Costa Caldas.
SUA
HISTÓRIA
Nos estudos cursou apenas os primeiros
anos do então Curso Primário. Aos 21 anos mais precisamente no dia 15 de Agosto
de 1936, teve sua carteira de trabalho assinada pela empresa SANBRA – Sociedade
Algodoeira do Nordeste Brasileiro, onde prestou serviços como Torneiro Mecânico
em varias cidades de Pernambuco.
No dia 30 de Dezembro de 1944, pediu
licença sem remuneração,( conforme mostra documento da empresa ) isso com a
finalidade de atender a um convite de uma Algodoeira localizada no então
distrito de Epitácio Pessoa, hoje cidade de Pedro Avelino. Conforme relato
feito pelo Senhor Francisco Rufino, mais conhecido como Chico Rufino, Seu
Caldas, chegou em
Epitácio Pessoa , em meados da década de 40, esse fato se deu da seguinte maneira. Chegou em
Natal, procedente de Recife, no local onde se concentravam os transportes que
se destinavam ao interior. Chico Rufino, foi abordado por Seu Caldas, para que
o informa-se que transporte o levaria a Epitácio Pessoa, e logo foi informado
que o transporte era “aquele Mixto” ( caminhão com boleia de madeira que
acomodava vários passageiros sentados ) o mesmo agradeceu e foi tomar um
cafezinho. Algumas horas depois Chico Rufino, viu aquele rapaz bem sentado
agradeceu no mixto que viajaria para Assú e teve a preocupação de ir até lá se
informar e, para sua surpresa Seu Caldas, havia sentado no transporte errado.
Ao chegar em Epitácio
Pessoa , Chico Rufino, indagou a Seu Caldas, o motivo de sua
vinda aquele lugar. Seu Caldas, contou que tinha recebido um convite para
trabalhar na Algodoeira daquela localidade, Chico Rufino, orientou o mesmo que
havia uma pensão de propriedade da Sra. Maria Soares, mas ouviu dele que não
tinha mais dinheiro e a solução encontrada foi levá-lo até Justino Xavier de
Souza, irmão de Chico Souza , e um dos proprietários da Algodoeira, depois
disso Seu Justino, o levou até a pensão.
Seu Caldas, morou na pensão de Maria
Soares, até casar-se, e fez uma grande amizade com Chico Rufino, ao ponto de
não lhe cobrar por nenhum serviço.
Seu Caldas, trabalhou como torneiro
mecânico na F.Souza Algodoeira de propriedade de Chico Souza, até que ela fosse
vendida para a empresa Ceará Industrial S/A , onde permaneceu até sua
aposentadoria.
Ele mantinha uma oficina em casa, e
nas horas vagas, mais precisamente aos sábados e domingos, se revelava um
grande gênio. Consertava motores de explosão, bombas d’ água, relógios ,
rádios, revolveres e espingardas, ele operava em um torno mecânico de onde
tirava verdadeiras obras de arte, como cinzeiros, porta-chapéus e uma
infinidade de objetos, tudo com muita qualidade, pois sempre teve zelo em tudo
que fazia. Foi ainda operador do cinema de Padre Antas, de quem era amigo.
Um de seus maiores feitos merece
destaque, certa vez a empresa Ceará Industrial S/A, convocou seu gerente, o
Senhor João da Mata, e deu a ele algumas diretrizes .
Dias depois checou a nossa cidade dois
engenheiros elétrico com a missão de fazer um levantamento de dados para evitar
a transformação da geração de energia de motor diesel para a eletricidade da
COSERN. Seu Caldas, foi muito procurado pelos engenheiros para lhes dá
informações sobre as usinas e quando os profissionais terminaram o levantamento
dos dados necessários , foram se despedir de João da Mata, então gerente e de
Seu Caldas João da Mata, indagou ao mesmos em quanto tempo voltariam para a
conclusão dos serviços e, ouviu dos mesmos que precisariam de bastante tempo
para estudar como construir a planta para o quadro elétrico , peça principal
para a transformação da energia . Apesar da timidez, Seu Caldas, não se conteve
e avisou que se tivesse o material em mãos faria o quadro elétrico em pouco
tempo, em seguida ouviu uma crítica por parte dos engenheiros, que o disseram,
“Seu Caldas, somente um engenheiro elétrico tem capacidade para construir um
quadro desse porte”.
João da Mata viajava com frequência a
Fortaleza, sede da empresa e por conhecer o potencial de seu caldas, insistiu
muito com a direção da empresa para que enviasse logo o material para a
construção do quadro elétrico, pois garantia a execução do mesmo.
De tanto insistir João da Mata, foi
atendido. Dias depois os engenheiros foram informados que o quadro estava
pronto e ao chegarem em
Pedro Avelino , voltaram a criticar e disseram a João da Mata,
esse quadro foi feito por um engenheiro elétrico e se foi por Seu Caldas,
trata-se de um verdadeiro gênio.
Seu Caldas, nunca se acomodou por sua
pequena bagagem cultural e fez vários cursos por correspondência, dentre eles:
eletricidade e rádio no Instituto Brasileiro.
Foi sócio fundador do Coutry Club de
Pedro Avelino, mesmo sem ter frequetando qualquer festa. Mas se orgulhava de
ter feito toda a instalação elétrica do clube, juntamente com outros
companheiros como Zé Guine, e ao logo de tantos anos nunca houve qualquer
problema em sua estrutura.
A cidade de Pedro Avelino, perdeu este
grande talento no dia 07 de Outubro de 2005, aos 90 anos e 10 meses . Sua morte
foi sentida por todos, e a Câmara Municipal da cidade, aprovou por unanimidade
votos de pesar pelo seu falecimento.
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